quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Depois das Eleições...

Bem... finalmente podemos nos alegrar que o período eleitoral terminou.

Eu não sou avesso a este período, muito pelo contrário! Acredito ser um tempo em que a sociedade tem a chance de refletir mais sobre aquilo que se faz necessário a um estado ou um país, avaliar os membros legislativos que darão sustentabilidade ou serão a voz contrária dos modelos propostos e toda sorte de elementos que possibilitem o julgamento e a escolha.

Infelizmente, se analisarmos livres de qualquer corrente ideológica ou de aceitação e rejeição aos modelos oferecidos, o que percebemos como saldo de tudo isso é que nada disso foi possível e, como prejuízo central, o processo democrático empobreceu-se nestas eleições.

Primeiro, pela análise do Legislativo. Não comento resultados, mas comento aquilo que nos foi apresentado como opção.

O que percebemos é que não se buscou um dialogo reflexivo sobre propostas e modelos, o que vimos foi o assoreamento institucional, respaldado principalmente por figuras públicas que acreditavam que apenas um histórico esportivo, apelativo ou popular fosse suficiente para conquistar votos.

Por sorte, a sociedade passou quase incólume a estes modelos e, na sua grande maioria, nenhum foi eleito. Entretanto (e aí está o perigo) mesmo não eleitos, se somarmos o total de votos por ele obtidos, mostra o quanto ainda necessitamos de um amadurecimento político, que se faz com informação, cultura e educação. É uma prática, um exercício permanente... o meu medo é quanto tempo levará para que os resultados sejam expressivos de maneira verdadeiramente positiva.

No plano Executivo, foi ainda mais triste.

A principal tentativa de todos os lados foi a diminuição dos oponentes, não o crescimento em seus méritos. De um lado, se tentava associar o candidato A com determinados estilos, da mesma forma tentou-se associar o candidato B com alguns estigmas e assim foi para com os candidatos C, D, E... ou seja, pouco se discutiu sobre o possível e muito se falou sobre o que tornava o outro impossível.

Existe uma palavrinha chamada alteridade, que é a percepção que eu só existo a partir do outro, da visão alheia, que compreendo o mundo a partir de uma visão diferente.

Em português claro, seria colocar-se no lugar do outro. E, ao invés de diminuí-lo, compreender que somos interdependentes e que nenhuma visão é totalmente correta.

Será que chegaremos lá um dia?