segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mudanças

Todo começo de ano encontramos muitas pessoas com novas resoluções, com propostas para fazer do novo ano algo diferente.

Você já encontrou alguém que tenha resolvido mudar para “pior”?

Que aquilo que ele vinha fazendo “bem”, de agora em diante, vai ser feito de maneira “errada” ou que dê “prejuízo” e traga mais dor de cabeça para o indivíduo?

Se você encontrar alguém assim, pode mandar internar!

Da mesma forma, quando falamos em mudar algo é sinal que estamos desejando transformar aquilo que estava sendo feito em algo ainda melhor. Mesmo que o que vinha sendo executado esteja num nível bom, a gente quer sempre melhorar, correto?

A filosofia do Kaizen é basicamente a mesma: mudança para melhor.

Mais uma palavrinha do idioma japonês (com quem temos muito que aprender) e que propõe, através desta filosofia, uma melhoria contínua, na vida em qualquer nível (pessoal, familiar, social, trabalho, etc.).

Para a filosofia Kaizen, é sempre possível fazer melhor, nenhum dia deve passar sem que alguma melhoria tenha sido implantada, seja ela na estrutura da empresa ou no indivíduo.

Adivinhe em que fábrica automotiva japonesa esta filosofia foi implantada? E lá vamos nós (de novo) para dentro da Toyota.... e olha que não estou fazendo propaganda da empresa, apenas relatando os fatos!

Não existe um modelo único ou exclusivo, cada empresa ou pessoa adapta esta filosofia às suas necessidades... mas basicamente o que este jeito tem de vantagem é o espírito de melhoria.

Na empresa, isso se traduz em diversas palavras: rapidez, resultados imediatos, mudanças, trabalho em equipe, aprendizado, foco, redução, criatividade...

Será que estas mesmas palavrinhas não são aplicáveis à nossas vidas?

Que tal começar?



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Apple sem Steve ou Steve sem Apple?

Semana passada o CEO da Apple, Steve Jobs, anunciou que se ausentaria temporariamente de suas atividades por motivos de saúde.

Esta é a terceira vez que Steve se licencia do cargo máximo da empresa para cuidar de sua saúde. A primeira foi para tratar um câncer, a segunda para um transplante de fígado e, como em todas as vezes, os fãs da empresa, seus usuários e acionistas ficam inseguros sobre seu retorno.

Só para se ter uma idéia, no dia seguinte ao anúncio, as ações da Apple caíram 8%, sinônimo de quanto ele está identificado com a empresa e vice-versa.

Isso remete a outra questão, que os profissionais de RH devem ter em mente: identidade corporativa.

Identidade corporativa nada mais é do que o conjunto de atributos que tornam uma empresa especial, única. No caso da Apple, talvez olhar para seus produtos e seus objetivos comerciais exemplifiquem melhor do que qualquer explicação.

Tudo que ali existe é fruto destes atributos. Além daqueles que a própria empresa espera, mais importante ainda são aqueles que os consumidores atribuem à empresa. E aqui reside o maior valor da Apple.

Neste caso, podemos chamar também de cultura organizacional, pois é só olhar para Steve Jobs e lembrar-nos dos aparelhos desenvolvidos pela Apple nos últimos tempos e o quanto eles se tornaram sinônimos culturais de uma geração.

Cultura organizacional é a junção dos valores de uma empresa (éticos e morais), princípios, crenças, políticas internas e externas, sistemas, e clima organizacional. São “regras” que todos os membros dessa organização sabem ser o modelo a ser seguido e incorporá-los como premissas para dirigir suas atividades.

Ipod, Iphone, Itunes, Imac e o mais recente Ipad, nada mais são do que o desejo de materializar a missão da empresa em ações concretas, atingindo sua visão e transformar as relações humanas sob o ponto de vista tecnológico.

É nesta hora que a pergunta que inicia este texto me incomoda... a Apple sem Steve Jobs pode perder um pouco destes valores. Desde a caixa que embala o produto até o último detalhe de uma apresentação, passa pela mão dele.

Se os valores estiverem bem enraizados, certamente a sua ausência não será determinante nos resultados. Isso o tempo nos dirá...

E que a ausência seja breve, como diria Vinicius “"Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito, enquanto dure...”



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

VOLVISMO (A Suécia Não é Apenas Belas Mulheres)

O terceiro modelo que falaremos é o Volvismo, que pelo nome já dá para entender que foi desenvolvido dentro das fábricas da Volvo, uma das gigantes automobilísticas, localizada na Suécia.

Quando se fala neste país, deve-se lembrar o quão organizado é, o nível de qualidade de vida é sempre uma referência mundial e a participação social de seu povo é infinitamente maior do que a maioria dos outros países, sem contarmos o nível educacional que é invejável.

Ele foi implantado por Emti Chavanmco, engenheiro, nos anos 60 e é fruto de uma serie de inovações que foram postas em prática. A principal característica é que estas inovações foram executadas com a participação efetivados trabalhadores.

Ou seja, falamos de equipes auto-gerenciáveis. Equipes que tem autonomia e conhecimento para identificar oportunidades e experimentá-las, agregando valor ao produto final.

É sabido que o mercado é volátil e exigente; quanto mais adaptado e sensível uma empresa estiver a isso, mais fácil será para que ela identifique oportunidades e ofereça a medida exata que este mercado solicita.

Têm muito a ver com o intra-empreendedorismo, aqueles funcionários que se comportam como verdadeiros donos do negócio.

Você consegue perceber a mudança que o ser humano tem neste modelo, se compará-lo com o fordismo ou o toyotismo?

Se você conseguiu perceber, encontrou a síntese deste modelo! Nada é artificialmente produzido se não for pela mão humana. Desta forma, o segredo não é a máquina, o processo, a padronização ou mesmo o controle.

Quem detém o poder e o conhecimento é uma pessoa. Se ela detém este poder, então nada mais justo de que os aparatos tecnológicos trabalhem a serviço dele e não o contrário. Assim, consegue-se valorizar a criatividade e o trabalho coletivo, o maior benefício vem da satisfação pessoal e mostra uma mentalidade empresarial bem diferente de muitos lugares que conhecemos.

Novamente a pergunta da semana: Quais empresas podem, verdadeiramente, se orgulharem de trabalhar desta forma?



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

TOYOTISMO (A Vez dos Japoneses)

Se no primeiro modelo citado, o que importava era a padronização e a linha seriada de produção, o Toyotismo vem na contramão deste pensamento.

Foi criado no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, pelo engenheiro japonês Taiichi Ohno e representou a expansão mundial da indústria japonesa, que até então era rotulada de uma indústria com produtos de baixa qualidade, mão de obra barata e produtos não confiáveis.

Se não me falha a memória, costumamos atribuir estas "características" a outro país asiático nos dias de hoje... o que inspira cuidados, pois a verdade é que este outro país asiático pode dar as cartas do comércio mundial, como fez o Japão logo depois deste modelo de produção.

Algumas características deste modelo:

- Mão-de-obra: multifuncional e bem qualificada. Para isso, investe-se pesado em treinamento e qualificação, dando provas de que o consumidor enxerga estas variáveis como sinônimo de qualidade também.

- Flexibilidade: Só se produz o necessário, evitando o excesso. O mais importante é que a produção passa a ser ajustada de acordo com a demanda do mercado.

- Controle: Desde o controle visual até as inspeções de qualidade, como forma de controle do processo produtivo.

- Qualidade Total: Tudo é possível de qualidade, desde o produto até o refugo gerado... Não existe o que não possa ser controlado e melhorado, inclusive o tempo.

- Just in Time: Para simplificar, produzir somente o necessário, no tempo necessário e na quantidade necessária.

- Mercado: Entra em cena a pesquisa de mercado, ou seja, o que o cliente quer, o que ele exige e, depois disso, conseguir produzir para adaptar meus produtos.

Este modelo foi crucial para o crescimento da economia japonesa e o ressurgimento deste país como um dos grandes produtores mundiais.

Ao pensarmos naquilo que vemos nas empresas hoje em dia, especialmente no tocante ao controle e a qualidade, será que não tem um pouco da influência japonesa em nosso modo de trabalhar?

Esta é para pensar durante a semana....





quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

FORDISMO (Nem Tão Velho Assim)

Muita gente anda dizendo que 2011 vai ser um ano de cifras espetaculares, que a produção brasileira vai alcançar seu maiores índices e que o país vai crescer de maneira robusta ao longo dos próximos anos.

Já que eles dizem, então vamos conversar um pouquinho sobre meios de produção que nada mais é do que a maneira como uma empresa se organiza em seu setor produtivo para produzir.

O primeiro deles chama-se fordismo, desenvolvido por Henry Ford (de quem já falamos algum tempo atrás) e que marcou época e, por ser tão importante, estudamos até hoje.

Este meio de produção tem origem lá no começo do século XX e caracteriza-se por ser um modelo de produção em massa que revolucionou a indústria automobilística.

O seu principal desenho é a linha de montagem automatizada. Ford baseou seu meio de produção com uma palavrinha muito importante: padronização.

Padronizar nada mais é do que criar modelos que podem ser sistematicamente repetidos e que garantem agilidade ao processo.

Os veículos eram montados em esteiras rolantes, enquanto os funcionários permaneciam estáticos, sendo responsáveis por pequenas etapas da produção. O grande benefício é que o funcionário não precisa conhecer todo o processo produtivo, apenas a sua função.

Se você for a uma lanchonete de fast food vai perceber o espírito de Henry Ford ainda dando as cartas do jogo. Cada funcionário executa uma atividade e o lanche foi dividido em micro etapas, o que garantiu maior produtividade e lanches praticamente idênticos.

Para fazer um teste maldoso, experimente da próxima vez, pedir um lanche sem picles, ou batata sem sal ou mesmo um lanche sem alface. Você vai perceber o quanto o seu lanche vai demorar, pois você acabou de quebrar a linha de produção, obrigando o funcionário a produzir um lanche não padronizado, quebrando a lógica da linha de produção estabelecida previamente.

De igual forma, a principal crítica ao modelo desenvolvido por Ford era exatamente este, onde produções em massa, seriadas, talvez não fossem mais o objetivo desejado.

Mas, se você olhar ao redor, vai perceber uma centena de negócios que ainda trabalham sobre este modelo de produção e funcionam muito bem, mesmo que estejamos falando de algo que já tem mais de 100 anos.

Por isso Ford é eterno!