terça-feira, 25 de maio de 2010

Capitalizando Com a Paixão de Cada Um

Falar de Marketing Esportivo é uma das áreas mais interessantes que existem. Trabalham-se conceitos peculiares do composto de marketing, aplicando-os a algo que todo torcedor tem no sangue: a paixão pelo seu time.

É assustador a quantidade de dinheiro que estas ações podem mobilizar e, infelizmente, percebemos o quanto os times brasileiros estão distantes de capitalizar neste nicho de mercado tão lucrativo.

Antes de qualquer coisa, vale ressaltar que marketing esportivo não se reduz, apenas, ao patrocínio que uma empresa estampa na camisa de um time. Esta parte é uma das mais visíveis, mas não é a única. O patrocínio numa camisa é a principal fonte de arrecadação dos times locais, mas outras ações devem ser consideradas.

Existe o licenciamento de produtos. De todas as naturezas imagináveis, desde roupas até brinquedos, passando por bebidas e peças de utilidades domésticas.

Todas estas ações visam aumentar as receitas dos clubes. Afinal de contas, estamos falando de um consumidor que não troca de “marca”. Quem torce por um time dificilmente usará produtos de outra agremiação.

Existem times brasileiros que possuem mais torcedores que alguns países possuem em número de habitantes. Logo, podemos dimensionar a quantidade de potenciais consumidores que comprariam um vinho, um brinquedo, um abridor de garrafas, um boné, uma bola personalizada ou até mesmo um adesivo. O limite é a criatividade.

Um dos problemas existentes no país é a pirataria de produtos. Produtos que são largamente consumidos, produzidos sem critérios de qualidade e que os clubes, maiores prejudicados, não recebem nenhum centavo sobre tais movimentações.

Em alguns países, como a Inglaterra, você encontra produtos oficiais (onde o clube recebe royalties pelas vendas), segmentados por classe social ou grupo de consumo.

Aqui você precisa gastar, praticamente, 1/3 de um salário mínimo para comprar uma camisa do seu time favorito, porque o fabricante detém os direitos exclusivos sobre a confecção... e cobra muito por isso.

Lá, você tem – pelo menos – três modelos diferentes: a confeccionada pelo patrocinador das camisas (igual a dos jogadores, a mais cara) e também encontra outros dois modelos licenciados para marcas de menor poder aquisitivo, abrangendo outras classes sociais. E todas ficam felizes por utilizarem um produto oficial, sabendo que contribui com as receitas do seu time.

É um exercício longo, mas talvez seja uma das melhores formas para se trabalhar o mercado de maneira ampla e irrestrita.

Isso sim é um golaço!



domingo, 16 de maio de 2010

Além das Molduras

Havia um professor meu que sempre nos pedia para imaginar como seria um quadro se não tivesse a moldura. Sempre nos perguntava como aquela pintura continuaria se o artista resolvesse continuar sua obra.

Não era um exercício fácil; a gente ficava imaginando o que haveria além dos limites que Monet nos mostrava ou mesmo além das cenas retratadas por Bottero. E a imaginação ganhava asas e nos víamos complementando uma obra. Era divertido.

Hoje em dia, percebo que as empresas têm feito o mesmo exercício com seus funcionários, ao pedirem para que eles sejam inovadores, que quebrem paradigmas e que pensem em novas possibilidades para o rumo de seus negócios.

A zona de conforto é algo perigoso. É fácil se acostumar com o que “funciona” e difícil de pensar em mudanças.

Basta pensarmos em todas as vezes que uma nova cultura, um novo sistema ou uma nova política é implantada na empresa. Encontramos muita resistência, às vezes algumas pequenas sabotagens e muito corpo-mole, para dificultar a mudança.

O que seria da borboleta se esta não abrisse mão de sua condição de lagarta? Ou o que seria da árvore se esta insistisse em continuar semente?

Certamente o mundo seria um lugar menos interessante e bonito de se contemplar.

Inovação é uma das palavras de ordem no momento. Ao inovar, a gente se permite novas possibilidades, novas formas de administrar e gerenciar. É pensar naquilo que ainda não foi tentado.

Quebrar paradigmas, uma frase mal empregada algumas vezes, é sinônimo deste mesmo pensamento. Ao questionar uma verdade absoluta e pensar em formas renovadas de administração, a humanidade evoluiu, a ciência progrediu e as relações humanas foram modificadas.

Se não ousássemos pensar além da moldura, talvez estivéssemos ainda na idade da pedra, os automóveis seriam apenas ficção e você, sequer, estaria lendo esta coluna.

Por sorte, alguém arriscou e pagou o preço da tentativa. Nem sempre obteve sucesso, mas sempre expandiu seu raciocínio... e isso é o que importa!

Espero que seus quadros não terminem nas molduras e que você visualize a pintura de maneira completa, nova e transformadora.

sábado, 8 de maio de 2010

Os Super-Amigos Dentro da Empresa

Quem tem um pouquinho mais de 30 anos deve se lembrar dos Super-Amigos, um desenho onde os principais Super-Heróis existentes trabalhavam em conjunto, dentro de um local chamado Sala de Justiça.

Ao pensar neste desenho, percebo que algumas empresas incorporam estes personagens à rotina de trabalho de seus escritórios, mas não da maneira bacana que existia no desenho (quando tinham um problema e os esforços eram somados para corrigi-lo), mas da maneira nefasta, onde cada um quer ser melhor que o outro e traços de personalidade acabam se manifestando mais do que o desejado.

Você já viu algum destes Super-Heróis dentro da sua empresa?

Super Homem: Aquele que acha que tem capacidade, poder e influência para fazer de tudo. Responsabiliza-se por um monte de coisas, se envolve em milhares de projetos e acaba atrapalhando na maioria das vezes.

Mulher Maravilha: A poderosa da empresa. Aquela que passa por cima de muitas pessoas, que não faz muita questão de ser educada com todos e que se transforma numa bajuladora para manter-se no cargo.

Aquaman: Este é o rei das escapadas. Responsabilidade não é com ele. Como água, é impossível de segurá-lo e sempre dá um jeitinho para sair ileso quando um problema acontece. Uma de suas frases favoritas é “Se tivessem me perguntado, isso não teria acontecido...”

Batman e Robin: Os “parceiros” de trabalho. Um é o dono da atividade e o outro o seu eterno aprendiz. Não fazem nada sozinhos e fica aquele clima de proteção e indicação sempre que existe uma oportunidade. A influência do primeiro é a escada para o segundo.

The Flash: Está sempre correndo, sempre ocupado, sempre com mil coisas para fazer e, inevitavelmente, os prazos estão se esgotando, impossibilitando de ajudar alguém verdadeiramente.

Trabalhar com egos diferentes é o grande desafio da Gestão de Pessoas. Não defendo a idéia de que todas as pessoas devam ser moldadas de maneira idêntica; cada ser tem suas características e peculiaridades.

Mas o Gestor moderno tem que estar preparado para entrar todo dia na Sala da Justiça e encontrar um bando de super-heróis com habilidades e formas de trabalho diferentes. Seu dever é transformá-los num time e buscar o resultado que a empresa almeja.

Ou seja... uma tarefa para super-herói nenhum colocar defeito!...

sábado, 1 de maio de 2010

E Por Falar em Trabalho

Pois é... hoje é dia 1º de Maio, um feriado em homenagem ao Dia do Trabalhador e um belo momento para se pensar na data e no seu significado de lutas e conquistas.

Na verdade, a origem desta data remonta a 1886, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, quando milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições trabalhistas, uma vez que as coisas não eram das mais justas naquele tempo e algumas situações precisavam ser mudadas:

• Redução da Jornada de Trabalho para 08 horas diárias (se trabalhava até 17 horas por dia)
• Condições de saúde, higiene e segurança nos locais de trabalho;
• Fim da utilização de mão de obra infantil
• Não existiam Férias, Descanso Semanal ou mesmo Aposentadoria

A greve geral se alastrou, a violência foi generalizada e muitos trabalhadores perderam suas vidas lutando pelo bem de uma coletividade. Particularmente, considero este momento como um divisor de águas e um exemplo para todos nós.

Agora, em 2010, mais do que aproveitarmos o feriado com a família, devemos fazer um agradecimento àqueles trabalhadores que lutaram com suas próprias vidas por alguns dos direitos que hoje desfrutamos.

Nenhuma conquista é simples ou suave. Todo processo que pede mudanças é complicado, longo e, às vezes, turbulento. Assim foi naquele momento e a história possui inúmeros outros exemplos que comprovam este pensamento.

Em particular no Brasil, o 1º de Maio também nos traz algumas lembranças:

• Em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo
• Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho

Pena o 1º de Maio não sirva apenas para nos recordarmos das questões trabalhistas.
É neste dia também que, infelizmente, nos recordamos de um dos maiores exemplos de brasileiro que encantou o mundo: Ayrton Senna.

Hoje completa-se exatamente 16 anos que perdemos a alegria de acordar nos domingos pela manhã e assistir ao melhor piloto de todos os tempos desafiar os seus limites, buscar a perfeição e obter o melhor resultado do fruto de seu trabalho.

No fundo, talvez estejamos falando das mesmas coisas: do trabalho e da forma apaixonada como cada um, em seu tempo, fez valer o direito de ter o melhor e lutar em benefício da coletividade por condições justas para todos.

Que não percamos, nunca, estes excelentes referenciais!