domingo, 25 de janeiro de 2009

A Rádio Peão Informa a Temperatura

Toda empresa tem sua rádio peão... que é aquele comentário extra-oficial que anda pelo café, pelo refeitório e nos happy hours que sempre acontecem...

A empresa tem que aproveitar e colocar estes comentários numa maneira séria de análise. Isso tem nome: Pesquisa de Clima Organizacional (PCO).

É uma forma de quantificar e qualificar o que a rádio peão anda falando alhures. É realizada com critério, permitindo que as pessoas – de maneira anônima – falem o que pensam e dêem sugestões de melhoria.

O resultado é como se analisássemos a temperatura: calor demais é sinal que alguma coisa vai ferver (e vão fritar alguém); frio demasiado é sinônimo de apatia e desinteresse (e ninguém está levando nada a sério).

Mas as empresas nem sempre reagem de acordo com o objetivo da pesquisa.

Quando ela é massacrada nos resultados, inicia-se uma caça às bruxas, reuniões acaloradas e pescoços na guilhotina, como nos tempos medievais.

Quando os resultados são positivos, ela se acha a gostosona do pedaço e, pior, não dá importância para pequenos comentários que podem significar uma grande oportunidade.

Não existe um modelo de PCO pronto. Cada empresa deve elaborar o seu, de acordo com sua experiência e suas expectativas. Nunca pergunte o que você não quer ouvir ou que não tem competência para realizar.

Entretanto, a empresa deve pensar em alguns pontos chaves, que são obrigatórios para quem quer evoluir e melhorar a coexistência (e os resultados) da empresa com seus colaboradores. Vamos a estes pontos:

Administrar Competências: Cada empresa demanda por determinados profissionais, promover o desenvolvimento de sua equipe de acordo com suas necessidades é uma arte. E valoriza-los por isso também!

Administrar Lideranças: Nem sempre o gerente amigão é a melhor opção. Nem sempre o gerente carrasco é a pior escolha. O que importa e será demonstrado é o quanto cada um deles contribui para os resultados e para as equipes.

Administrar Qualidade de Vida: Porque a vida do colaborador também lhe diz respeito; desde as condições gerais do ambiente de trabalho até os problemas extra-empresa.

Administrar o Futuro: Perceber tendências, expectativas e anseios é a garantia de que a rotatividade será pequena, que sua empresa é atraente aos olhos do mercado e, por fim, que você não vai fechar as portas ou afundar em dívidas trabalhistas.

Transforme a rádio peão num instrumento estratégico e gerencial.

E ganhe com isso!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Exorcizando o Capeta do Outsourcing

Se existe um termo que é constantemente colocado na cruz é este. Muito se fala e pouco se conhece... não precisa nem dizer que a confusão é grande, né?

Os mais terroristas chamam isto de demissão em massa. Mas o capeta não é tã feio assim... vamos refletir um pouco...

Sua empresa contrata uma agência de publicidade, que cuidará dos impressos, catálogos, comerciais e todo tipo de publicidade que seu negócio utilizará.

A agência, por sua vez, contratará uma gráfica para produzir o material.

A gráfica, por sua vez, contratará uma fornecedora de papel e tintas.

A fornecedora, por fim, contratará uma transportadora para levar a carga de material até a gráfica.

Em resumo... entendeu o que é outsourcing?

Cada empresa concentra suas atividades de acordo com o que sabe fazer. Não faz sentido uma escola de idiomas contratar uma equipe de publicitários completa, uma impressora rotativa para produção de materiais e nem plantar eucaliptos para extrair deles o papel necessário para o material gráfico. Isso só aumentaria os custos fixos da escola. Ela concede à outra empresa a responsabilidade sobre isso.

Ou seja, tem gente especialista neste assunto e sai bem mais barato, dando a oportunidade de você se concentrar apenas naquilo que sua empresa faz (o famoso core business), além de melhorar os indicadores da economia, com a fomentação de novos negócios.

De maneira mais simples, seria a mesma coisa que você resolver comer uma pizza no sábado e fosse obrigado a plantar o trigo, fazer a massa, ter uma vaquinha no quintal para produzir leite, transformá-lo em queijo, uma horta com manjericão e tomate, um forno a lenha construído do lado do microondas, madeira e muita paciência... sem falar na sujeira que ficaria pela casa.

Bem mais fácil pegar o telefone e ligar para a pizzaria, né? Rápido, limpo, gostoso e barato... e entregue na porta de casa!

A gente faz isso o tempo todo... sempre delegamos a outras empresas algumas funções que não são essenciais a nosso negócio, mas que sem elas também não conseguiríamos realizar nossas atividades.

Viu só? Não é tão assustador assim esse termo...

domingo, 11 de janeiro de 2009

PDCA no Carnaval

Quem diria!
O carnaval é uma grande oportunidade para aprender um pouquinho daquilo que Shewart e Deming divulgaram como um processo de melhoria contínua nas empresas. Aprender a sambar é em outro blog!
PDCA é um ciclo de desenvolvimento que implica no pensar das quatro palavras que geram esta sigla. Plan (Planejar), Do (Executar), Check (Controlar), Act (Agir).

Então vamos pensar no carnaval, colocá-los na avenida e ver como isso é na prática...

Plan (P)
É muito bonito ver uma escola de samba na avenida, desenvolvendo um enredo e compondo alas que representam cada trecho da música. Mas para que tudo isso funcionasse, existiu planejamento, estudo, análise, pesquisa, simulações e um cronograma gerenciado por todos os envolvidos no projeto. Pergunte para um diretor de escola de samba quanto tempo antes o desfile é pensado...
Ou seja, primeiro se identifica o que quer, depois se estabelecem metas e métodos para alcançá-las.
Ninguém, profissionalmente, junta um bloco e sai batucando de qualquer jeito...

Do (D)
Para que as coisas funcionem é necessário treinar a equipe com o método definido.
Ensaios são planejados nos barracões, passistas sambam à exaustão, costureiras trabalham durante todo o ano de acordo com os modelos recebidos, a bateria vai se harmonizando com o samba-enredo e com o ritmo, carros são verdadeiramente esculpidos e construídos...
E o mais interessante é que todos fazem isso de maneira harmônica, porque sabem qual é o objetivo final, aonde se quer chegar e qual o cenário do mercado concorrente. É o sonho de toda empresa, ter uma equipe integrada e alinhada com seus objetivos.

Check (C)
Eis que chega o momento mais crítico. O momento de colocar tudo em prática. É o momento de “ir ao mercado” e ver se a aceitação do seu produto é de acordo com as expectativas do seu público consumidor.
E o pior (ou melhor)... haverá toda uma comissão analizando cada ponto do seu desfile, como um controle de qualidade, que se atentará a cada detalhe que é importante... Desde a apresentação (comissão de frente) até o encerramento do contrato (ala de fechamento do desfile).
E não adianta desculpas... ou as coisas funcionam ou a escola de samba é rebaixada. Atrasos são imperdoáveis também. No mundo das empresas, as coisas não são tão diferentes assim...

Act (A)
Depois da alegria ou da tristeza do desfile, é hora de corrigir o processo e evitar o que deu errado ou que saiu abaixo do esperado.
Se alguma coisa deu errada, este é o momento de pensar no que pode e deve ser melhorado... concorrência existe e o mercado não perdoa falhas...
Se tudo deu certo, também é este o momento de pensar no que pode e deve ser melhorado... concorrência existe e o que é bom hoje pode não ser amanhã...
E o mais interessante é que ninguém promove uma caça às bruxas; todo mundo aceita os erros e acertos como parte do processo e trabalham, ainda mais, para que no próximo ano o resultado seja melhor.
Será que a administração, os projetos e o controle de qualidade estão tão longe assim do carnaval? Isso sem falarmos no gerenciamento de pessoas...

Aproveite o momento folião e faça a diferença!

domingo, 4 de janeiro de 2009

A Diferença Entre Opcionais e Diferenciais

A gente bem sabe o quanto o mercado está exigente e seletivo, basta você abrir os classificados de emprego no final de semana que vai entender a distância entre você e o mercado de trabalho.

Mas, basicamente, as exigências são parecidas:
* Fluência em dois idiomas (inglês e espanhol já são quase itens obrigatórios, tá?)
* Proativo (uma espécie de chato que tenta consertar os problemas antes de acontecerem)
* Comunicação Interpessoal (conversar com todo mundo, sem que isso seja fofoca)
* Curso Superior (Tempo da faculdade que você bebia e namorava todo mundo, lembra?)
* Especialização (Outra faculdade, só que um pouco mais séria)
* Experiência Internacional (Viagem para a Disney não conta, ok?)
* Informática (Download de filmes e MP3 não são habilidades)
* Experiências Anteriores (Azar o seu se você tem apenas 16 anos)
* Disponibilidade de Horários (Deixe um porta-retratos na sala para a família não te esquecer)

Pronto!

Preenchidas todas as exigências acima, você já pode se candidatar para uma vaga... talvez para vendedor ou assistente administrativo.

E não estou desmerecendo quem assim trabalha. O que eu quero que você compreenda é que o mercado está exigindo tudo isso (e mais um pouco) para vagas que pareciam simples há 10 ou 15 anos atrás.

Tudo isso é equivalente a se comprar um carro... motor flex, air-bag, freio ABS, sensor de estacionamento e chuva, Ar condicionado inteligente, GPS, DVD player com entrada USB... e mais uma infinidade de brinquedinhos interessantes....

Provavelmente, você não utilizará todos os opcionais do carro ao mesmo instante, alguns você só utilizará em casos de emergência (e espero que nunca os utilize), outros farão parte da sua rotina que você nem se lembrará deles.

Mas e se você precisar e o produto não estiver lá?
Já imaginou uma colisão sem o air bag? Ou a necessidade de uma freada brusca? Aquela viagem para Cuiabá sem ar condicionado? Ou se perder pela cidade de São Paulo?
Com qualquer um dos “brinquedinhos” acima, você nem vai perceber estas situações de stress.

Com a carreira é a mesma coisa.
Talvez o emprego ou a função que agora você ocupa não peça metade das suas qualificações, mas, e se precisar? Você vai estar pronto? E se aparecer uma oportunidade que você sempre sonhou? Será que você estará a frente dos demais?

A idéia é essa mesmo... Que a gente deixe de olhar estas coisas como opcionais e as transforme em itens de série, em diferenciais.

Qualificações são diferenciais.