terça-feira, 29 de março de 2011

Quanto Vale o Seu Time?

Vamos falar novamente de salários ou de remuneração estratégica utilizando o exemplo do futebol brasileiro e esta disputa pelos direitos de transmissão dos jogos que temos acompanhado entre algumas emissoras.

Já deu para perceber que alguns times são mais valiosos que outros, pois trazem maior retorno de audiência, maior número de anunciantes e, conseqüentemente, a garantia de que determinada emissora terá mais pontos no IBOPE durante a transmissão de alguns jogos.

É lógico que, se considerarmos a paixão que cada um nutre pelo seu time, muitos torcedores ficam indignados em saber que o time A recebe mais que o time D ou F, mas o que temos aí é exatamente a mesma coisa que acontece no mercado de trabalho e na valorização de um funcionário.

Uma empresa investirá mais em ter um determinado funcionário, que tem uma boa formação, que tem um bom networking, que tem competências acima da média do que em outro funcionário que – eventualmente exerce a mesma função – mas que tem um nível de assertividade menor ou que é menos conhecido no mercado de trabalho.

A isso, podemos dar o nome de remuneração estratégica, ou seja, os esforços que uma empresa fará para manter ou atrair um determinado funcionário e não permitir que este passe para a mão da concorrência, o que acabaria acarretando prejuízos intangíveis para o seu plano de negócios.

Parece injusto?

Lamento informar, mas isso é o mercado. E este se comporta de acordo com o nível de retorno calculado sobre um investimento.

Se existem times com maior torcida, com maior expressão, com maior capacidade de atrair patrocínios, é lógico que uma emissora vai se esforçar mais (pagar mais) para ter a exclusividade sobre a exploração daquela imagem, o que na linguagem do futebol é chamado de direitos de arena.

Na empresa é exatamente a mesma coisa. Eu não vou pagar além do que o mercado determina para um funcionário que não traz benefícios extras, que não agrega valor à imagem da minha organização.

O desafio é este: tornar-se atraente para o mercado, de tal forma que o investimento de uma empresa sobre você valha à pena.

Não tenha dúvidas, quando você atingir este nível de excelência, tenha certeza que as ofertas aumentarão, as cifras se tornarão mais atraentes e você terá poder de negociação e barganha.


 

domingo, 20 de março de 2011

Força Oriental

Nestes últimos dias, uma das poucas coisas que tem me despertado o interesse em ligar a TV são as constantes notícias que chegam até nós deste grave momento que o Japão tem vivenciado.

Não quero aqui discutir questões técnicas, geológicas ou científicas sobre os acontecimentos, até porque meus conhecimentos nestas áreas são rudimentares e pouco acrescentaria.

Quero falar sobre este problema com minhas analogias. Algumas coisas me impressionaram fortemente:

1. A forma como o povo japonês sofre seus problemas;
2. A capacidade de reorganização;
3. O sentir calado da dor de cada um;
4. As contidas manifestações de alegria ou tristeza;
5. O respeito entre todos os sobreviventes.

Quantas vezes não assistimos a outros desastres em diferentes locais do mundo e observamos reações tão diferentes?

Em momento algum eu vi alguém querendo levar vantagem, cortar filas, promover saques, alterar o preço dos produtos para se aproveitar do desespero de outrem ou mesmo se aproveitar da ajuda que chega.

O que vi foi uma sociedade organizada, disciplinada e com um sentimento de coletividade que são verdadeiros exemplos para quem quiser observar.

As imagens são diferentes, as reações são diferentes, a cobertura jornalística é diferente... em resumo, é um aprendizado!

A gente tem oportunidade de aprender nos momentos bons e ruins, nossos ou dos outros, e o Japão, mesmo que sem perceber, tem ensinado demais a todos nós.

Isso tem a ver com a cultura, com a educação, com o modelo social e com uma série de fatores que são particularidades do povo nipônico, mas que deveriam ser postos em prática assim como fazemos com o Kanban, Just in Time, 5S, etc.

Semelhante às empresas (que tem sua cultura organizacional), cada local proporciona um conjunto diferente de reações e sensações. E são por estes motivos que alguns lugares são mais admirados que outros, que desejamos pertencer a uma corporação e não a outras.

São por razões semelhantes, que minha admiração e respeito pelo Japão, hoje, se tornam ainda maiores, certo de que - em pouquíssimo tempo - as coisas voltarão a seu ritmo normal e, mais uma vez, este país deixará um ensinamento maravilhoso para todos nós.
  

segunda-feira, 14 de março de 2011

Os Salários e o Futebol

É comum ouvirmos algumas cifras que os jogadores de futebol recebem em seus clubes e ficamos espantados com os milhares de dólares que, mensalmente, estes recebem.

Antes da crítica, analisar esta realidade é uma boa oportunidade para entendermos um pouco das políticas de cargos e salários.

Existe um mínimo que toda profissão deve receber, este mínimo varia conforme algumas situações: grau de qualificação, experiência prévia, habilidades e o quanto o mercado procura um profissional específico.

As alterações salariais acompanham outras variáveis: promoções, méritos, renovação contratual, transferências e reclassificação (quando o cargo recebe novas atividades, aumento das exigências e mercado aquecido).

Elementos como espírito de equipe, efetividade, liderança, disciplina, comunicação, responsabilidade, identificação com as normas e culturas da empresa e tantos outros fatores são critérios mensuráveis no momento de um reajuste.

Por fim, outro fator que não podemos desconsiderar é a política salarial praticado pelo mercado. Nenhum funcionário permanecerá numa empresa por muito tempo se ele souber que esta vem praticando uma política salarial bem abaixo do mercado.

Mesmo que não seja o melhor de todos os funcionários, ninguém fica muito tempo recebendo um salário irrisório quando a prática de outras organizações é pagar valores acima daqueles que estes recebem.

No futebol, embora possa parecer discrepante, a idéia é exatamente a mesma.

Se um time grande do eixo Rio - São Paulo tem uma prática salarial definida, isso obrigatoriamente acaba inflacionando todo o mercado e qualquer jogador sabe que se ele possuir as características desejadas, mais cedo ou mais tarde uma oportunidade financeira melhor vai aparecer.

Se olharmos para a Europa, Ásia ou Oriente Médio, vamos perceber que as práticas salariais para jogadores também são altas. Logo, o desejo de jogar “num time do exterior” acaba permeando estes jogadores e uma transferência internacional é sempre almejada.

Claro que se compararmos nossas realidades com a do universo futebolístico, vamos ver um abismo entre as duas realidades. A gente recebe por aquilo que nos torna únicos, não por aquilo que sabemos (e que tantos outros sabem também).

Quantas pessoas possuem a habilidade de executar a mesma coisa que um Rooney, Ganso, Cristiano Ronaldo ou Neymar? Por isso são valorizados ao extremo.

Qual o nosso desafio? Buscar a excelência naquilo que fazemos e sermos “craques” naquilo que nos foi confiado. A chance de uma nova proposta se torna muito mais real.

 

domingo, 13 de março de 2011

Os Limites de Cada Um

Qual o seu limite físico?
Qual o seu limite de tolerância?
Qual o seu limite bancário?

Sem que percebamos, nossa vida é norteada por uma série de limites que dizem qual é o ponto máximo que podemos chegar sem causar estragos e sem prejuízos às partes interessadas.

Na administração, assim como na vida, é possível delimitar os limites e garantir que uma empresa alcance seus resultados e, mais importante, atacar as limitações garantindo que os resultados podem ser ainda melhores.

O que temos é chamado de Teoria das Restrições (Theory of Constraints – TOC) que é um estudo detalhado de todas as etapas de um processo, independente de sua natureza, e a busca sistemática pela melhoria dos resultados.

Basicamente, quando uma empresa quer promover melhorias, ela deve responder a três perguntinhas básicas:

* O que mudar ?
* Para o que mudar ?
* Como causar a mudança?

A primeira diz respeito a restrição de uma empresa, aquilo que a impede de evoluir e apresentar melhores resultados.

A segunda, fala sobre os benefícios da mudança, mostrar onde se pode chegar se tal restrição for eliminada. Assim, elabora-se um roteiro para estruturar as mudanças.

Por fim, a terceira pergunta indica o caminho e os passos necessários para que aquela restrição seja eliminada e continuemos no processo de aprimoramento, ganhando a cada problema eliminado.

Mais interessante ainda é sabermos que mesmo uma teoria administrativa como esta pode ser posta em prática em nossas vidas.

Todo mundo sabe aquilo que limita; o próximo passo e conscientizar-se de que a limitação deve ser superada e, por fim, ter a coragem de mudar aquilo que nos incomoda, que nos restringe.

Pode até não ser fácil, mas seguramente é o melhor caminho para evoluir, não importa se estamos falando de uma empresa ou de nossas vidas.

É só começar...

domingo, 6 de março de 2011

Feliz Ano Novo!

Pode parecer estranho um desejo desses em pleno mês de Março, mas é que se tornou comum dizer que o ano no Brasil só começa quando o carnaval termina.

Já que é assim, quais são as perspectivas para este ano?

Existem desafios que este país precisa encarar e resolver, especialmente na área produtiva, com o crescimento de suas exportações e do consumo interno.

Por conseguinte, mostrar que não basta aumentar a produção e a exportação se não existir uma rede envolvida neste processo.

• Para exportar é necessário que o produto chegue até o porto ou aeroporto;

• Um produto é produzido por pessoas, máquinas e equipamentos;

• De igual forma, o produto precisa de matéria-prima;

• A matéria prima precisa ser transportada;

• Antes, ela precisa ser extraída;

Estes são apenas alguns pontos que fazem com que toda essa correria aconteça. É uma explicação simples sobre Supply Chain, ou seja, analisar a cadeia de suprimentos de forma que ela indique a melhor forma dessas coisas acontecerem.

Não basta apenas “produzir”, isso não é sinônimo de crescimento. O verdadeiro crescimento só vai ocorrer se esta produção ocorrer com os melhores recursos, os menores custos e a máxima eficiência.

Com gerenciamento das informações.

• Quais são as condições dos portos e aeroportos para que as mercadorias sejam escoadas?

• Qual o nível de preparo que a mão-de-obra local possui?

• Quais são as taxas de ocupação e boa utilização dos equipamentos?

• Quais as condições dos modais (estradas, ferrovias, etc.) brasileiros para que as matérias-primas sejam transportadas até as unidades fabris?

• Em que condições ocorrem as extrações?

Estudar logística é fascinante... é pensar nestas variáveis (e muitas outras) que devem ser respondidas.

Se o ano começa agora, que ele comece de maneira correta, buscando as melhores soluções e – principalmente – ter a coragem de mudar e buscar as melhores formas para que este país seja realmente competitivo e não precisemos esperar o carnaval acabar para começar a fazer o que é necessário.