domingo, 29 de abril de 2012

A Forma de Gelo Vazia

Para mim, um dos maiores exemplos de desperdício que pode existir é abrir um congelador ou freezer e encontrar uma forma de gelo vazia, sem todos os espaços preenchidos e, logo, sem gelo.

Estamos congelando o ar e não a água... a forminha de gelo não cumpre o seu papel e a gente fica sem o gelo que ela poderia nos oferecer.

Quantas vezes não percebemos este mesmo vazio em nossas vidas, nas suas mais diversas possibilidades?

• Profissionalmente, deixamos nossa forminha de gelo vazia todas as vezes que não aproveitamos uma oferta da empresa, não fazemos um sólido networking com nossos companheiros de trabalho e não aproveitamos os contatos externos intensamente em feiras e eventos.

• Familiarmente, deixamos nossa forminha de gelo vazia cada vez que as horas extras consomem o tempo que deveria ser dedicado aos filhos, cônjuge, pais ou irmãos. As forminhas ficam vazias também quando qualquer outro subterfúgio, como um programa televisivo, é capaz de roubar a atenção que deveríamos oferecer às nossas famílias.

• Socialmente, deixamos nossa forminha de gelo vazia cada vez que não retornamos um telefonema de um amigo, esquecemos um aniversário, não comparecemos a um evento ou mesmo deixamos que a preguiça seja mais forte do que alguma atividade. Cada vez que um vício é mais forte do que a gente, a nossa forminha permanece vazia..

• Emocionalmente, a forminha de gelo fica vazia cada vez que uma diversão fugaz é mais interessante do que permanecer ao lado de quem se gosta, de trocar um eu te amo por qualquer outra coisa. De permitir que uma discussão dure mais tempo do que um intervalo comercial.

Certamente, a gente já deixou diversas forminhas de gelo vazias ao longo da vida. Infelizmente, estas formas não têm volta e permanecerão vazias.

Mas, existe a possibilidade de mudança. Que a partir de hoje cada nova oportunidade possamos deixar nossas forminhas cheias, plenas e sem espaços para o vazio, para o nada, para aquilo que não nos serve.

Que você tenha muitas pedras de gelo para oferecer à humanidade. Todo mundo precisa delas e a abundância é sinal de realização pessoal.

Até a próxima!




domingo, 22 de abril de 2012

A Sua Vida Vista Pela Janela de Overton

Você já ouviu falar da Janela de Overton?

Ela é uma teoria das mais interessantes, elaborada por Joseph P. Overton, que ocupou o cargo de VP de uma empresa chamada Mackinac Center.

Segundo sua teoria, para que um acontecimento seja referendado, é necessário que – as vezes – exista um deslocamento do seu foco original, contribuindo para que a opinião pública passe a observá-lo de uma nova perspectiva.

Muitos chamam isso de manipulação, Overton classificava isso como operação. Vamos a um exemplo prático:

Imagine que sua empresa pretende trocar o plano médico que faz parte do pacote de benefícios oferecidos aos funcionários.

Num primeiro momento, as opiniões sobre esta troca vão variar de “concordo totalmente com da troca” até o “discordo totalmente da troca”. Imaginemos que a maioria dos funcionários (e até o sindicato) sejam contrários à troca, mas a empresa entende que trocar o plano pode representar uma redução de seus custos, bem como uma possível parceria estratégica de negócios com esta nova empresa, que pode lhe render novos contratos.

Se fosse uma medida ao estilo Maquiavel, ela simplesmente trocaria o plano, geraria uma situação de desconforto com funcionários e sindicato, e não mudaria a sua decisão. Como dizia o escritor: o mal deve ser feito de uma vez, contando que as pessoas esquecerão da maldade com o passar do tempo.

Pelo princípio de Overton, ao invés de entrar em rota de colisão, a parte interessada começa a mudar o foco a discussão.

Ao invés de falar de mudanças diretamente, começa a falar dos problemas da empresa anterior, começa a relatar casos de sucesso de médicos conveniados à segunda empresa, começa mostrar comparativos entre planos de saúde, valoriza convênios existentes na cidade por parte da nova empresa.

Ao mesmo tempo, começa a falar de custo x benefício na área da saúde, do caos do sistema público de saúde e outros assuntos.

Em pouco tempo, a opinião pública está sensibilizada e menos irascível com uma mudança deste porte. Assim como o exemplo da saúde aqui foi empregado, quantas vezes não vemos ações semelhantes vindas dos mais diversos lugares?

Ou você acredita que apenas abolir as sacolinhas plásticas salvará o meio-ambiente? Ou que o desarmamento da população diminuiu a violência? Ou que a economia de água não é um ótimo pretexto para o aumento das tarifas?

Exemplos não faltam...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Funcionário Mico-Leão-Dourado

Todo mundo já deve ter visto um mico-leão-dourado, aquele simpático mico que está ameaçado de extinção e que a sociedade tem concentrado esforços para salvá-lo do extermínio e garantir um tempo de sobrevida à espécie.

Embora eu brinque com esta situação em minhas aulas, faço isso para alertar sobre o comportamento e não sobre o pobre primata.

Quantas vezes não encontramos um funcionário mico-leão-dourado dentro das organizações?

Você conhece algum funcionário que é simpático, inofensivo, que as pessoas gostam mas que não são as melhores referências dentro da empresa, não contribuindo com os melhores resultados organizacionais?

Pois então... estes é o mico-leão-dourado em sua organização!

Quando existe a necessidade de um corte de pessoal, alguns critérios devem ser estabelecidos durante a avaliação de cada funcionário e sua permanência (ou não) dentro da empresa.

Nestas horas, sempre aparecem alguns comentários do tipo:

“O funcionário A é pai de família, tem filhos pequenos...”
“O funcionário B é sozinho, coitado...”

E o pior de todos os comentários:

“O funcionário C trabalha bem, mas ainda é novo e pode encontrar outro emprego”

Infelizmente, podem parecer crueldades estes comentários, mas o critério de seleção, promoção e demissão passa pelas mesmas balanças... é uma questão de mérito, resultados e competência.

Quando o julgamento passa por questões subjetivas, a empresa corre o risco de dispensar seus talentos e conservar, por benevolência, algum mico-leão-dourado, que é bonitinho, mas que não contribui muito para a ecologia organizacional.

No caso do simpático animalzinho, com uma campanha e recursos ainda podemos evitar sua extinção, mas no caso da empresa, só existe a contabilidade dos prejuízos alcançados.

Até a próxima!


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os Sete Pecados Capitais dos Funcionários

A tradição conta que os pecados capitais tratam daquilo que é chamado de “vício”, de hábitos da condição humana e que trata de instintos, além de toda a carga de culpa que o cristianismo adicionou a eles.

Nas empresas é possível de perceber a prática destes mesmos pecados através de seus colaboradores; quem não conhece um profissional que manifestou estes pecados ou mesmo fez um exame de autoconsciência e percebeu-se repetindo os mesmos pecados?

Gula – Aquela situação exacerbada, que altera o padrão de consumo habitual. Já percebeu alguém numa festa de confraternização ou num coffee break com este sintoma?

Avareza – O apego as coisas materiais: minha mesa, minha cadeira, minha caneta, meu trabalho, minha vaga no estacionamento.

Luxúria – Ostentação, a busca do prazer em cada ação. Alguns funcionários adoram contar vantagens de seus carros, suas viagens e suas atividades na empresa.

Ira – O sentimento de revolta, a incompreensão. Já viu um funcionário ser preterido numa promoção? Sempre tem uma desculpa e um ódio camuflado em seus comentários.

Inveja – Aquele que não trabalha em equipe. Que não consegue alegrar-se com o sucesso do outro e que não se conforma porque as coisas não vão tão bem com ele.

Preguiça – Aquele que deixa o serviço para amanhã, que não atende o telefone próximo da hora do almoço, que evita se comprometer em atividades voluntárias.

Orgulho – O tipinho nojento que só deseja “bom dia” para pessoas estrategicamente acima dele; que não reconhece que é apenas parte de um todo e se acha o maioral.

Opções e exemplos não faltam. Infelizmente, o ambiente corporativo é cheio destas mazelas humanas e sempre reproduzem àquilo que é percebido no meio social.

Assim como aprendemos a comparar as empresas e seus funcionários com coisas boas, também podemos perceber estes mesmos atores cometendo estes pequenos erros que em nada auxiliam no processo de crescimento.

Aproveite o momento, faça um exame detalhado de sua organização e descubra se aquele ambiente está muito “carregado”, cheio de pecadores... e providencie a redenção, que em muito auxiliará o clima e o desempenho organizacional.

Até a próxima!

 

domingo, 1 de abril de 2012

A Evolução do Currículo

Algumas pessoas já reclamaram publicamente comigo, outras ainda não tem uma opinião formada e muitas entendem o processo como legítimo.

Recentemente, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) reconheceu o direito de uma empresa de Aracaju que havia consultado o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) durante o processo de recrutamento e seleção, com o intuito de selecionar apenas os candidatos que não apresentassem problema junto ao SPC.

Em outras palavras, consultas a órgãos como SPC ou Serasa são válidos e a empresa não está cometendo nenhum crime de discriminação.

Qual a sua opinião a respeito?

Você é a favor? Então como uma pessoa consegue resgatar o seu crédito se não tem emprego para saldar suas dívidas?

Você é contra? Então seja sincero e me responda se entre dois candidatos com currículos e experiências semelhantes: um com a situação normal e outro com restrições de crédito, qual seria contratado para trabalhar na sua empresa?

A questão é extremamente complexa e merece uma ampla discussão pela sociedade. Há que se ter muito cuidado, para não classificar uma pessoa com restrições ao crédito como alguém não qualificado.

Se isso acontecer, estaremos criando mais um grupo de trabalhadores que não consegue uma recolocação decente, exatamente como acontece com os presidiários. Infelizmente, a sociedade não dá a ampla oportunidade de re-socialização para estes; não sejamos hipócritas.

Na mesma linha de consulta, muitas empresas selecionam os seus candidatos considerando, também, seus perfis nas redes sociais. Novamente, pode-se iniciar uma discussão entre ser correto ou não esta prática.

Mas você acredita mesmo que um empregador se sentiria confiante ou feliz ao consultar o perfil de um candidato e encontrar algumas frases como: “odeio segunda-feira” ou “fim de semana chegou, vamos beber!” ou mesmo “este emprego acaba comigo, preciso de férias urgentes”?

São reflexos da época que estamos vivenciando.

Com relação às finanças, prudência e controle nunca fizeram mal a ninguém; e agora podem ser um diferencial.

Com relação às redes sociais, a partir do momento em que escrevemos algo, tornamos aquilo público. Queremos privacidade? Sejamos privativos.

Até a próxima!