quinta-feira, 18 de junho de 2009

Coaching ao Longo da Vida

As empresas adoram a expressão coaching. Vendem isso como se fosse uma das grandes novidades de suas políticas de desenvolvimento de pessoas. Algumas, inclusive, colocam como um de seus benefícios.

Antes de qualquer coisa, coaching é receber orientações, conselhos e exemplos que uma pessoa mais experiente dispõe-se a passar. Assim, você consegue potencializar seus resultados, evita erros desnecessários e progride de uma forma acelerada.

Na verdade, a gente até compra essa idéia muitas vezes, mas apenas porque não percebemos que esta figura existe em nossa vida desde que nascemos.

O pai foi um coach. A mãe foi uma coach. Cada professor em cada matéria foi um coach. O técnico da escolinha de futebol foi um coach. O orientador espiritual foi um coach. E quantas outras referências não poderiam ficar aqui relatando sobre os experts que passaram em nossa vida.

Mas tem um detalhe fundamental neste processo: não basta existir a figura que ensinará o caminho das pedras. É preciso que o outro lado reconheça que necessita de auxílio e esteja disposto a aprender e melhorar. Ou seja, é a conjunção do altruísmo com a humildade.

Não foi em vão que nossos pais ensinaram bons modos desde a mais tenra idade, como se comportar na casa dos outros, comer com a boca fechada, não falar palavrões, respeitar os mais velhos, orar, andar de bicicleta... eles estavam passando os macetes daquilo que seriamos cobrados lá na frente, quando eles não estivessem necessariamente conosco.

Quando vem a adolescência, por melhor que seja o coach que existe dentro de casa, o jovem recusa-se a aceitar aquelas orientações como norte à sua vida. O resultado não poderia ser outro: frustrações, erros bobos e aquela sensação de que tudo poderia ter sido diferente se tivesse dado ouvidos à experiência domiciliar.

Na escola ou faculdade é a mesma coisa. Muitos são rotulados e os avisos dos professores não são ouvidos, depois é aquela choradeira, mil desculpas, justificativas vãs que tentam explicar a nota vermelha, a reprovação ou o fracasso.

Às vezes, um grande técnico não consegue emplacar num time de futebol. Ou seja, não houve sintonia entre as partes interessadas. E o time se torna um saco de pancada.

Nas empresas, muitas vezes, o funcionário comporta-se do mesmo jeito. Confunde orientação com palpite, chatice, perseguição ou qualquer outro adjetivo para um superior ou um funcionário mais experiente que está querendo ajudar.

A mudança de postura é fundamental. Pode ser utópico, mas é o caminho mais rápido, simples e eficiente para o crescimento.

E pensar que desde cedo, tudo poderia ter sido mais fácil.

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