terça-feira, 9 de junho de 2009

A Síndrome do Príncipe Charles

O exemplo do Príncipe Charles é uma forma interessante de analisarmos o que acontece com a carreira de um profissional que se imagina eternamente ligada a uma empresa ou que acredita que existe apenas uma forma de desenvolvimento profissional.

Ele foi educado para ser Rei, foi preparado para assumir o trono, teve sua vida toda moldada para as obrigações de um Chefe de Estado e espera, há muito tempo, assumir a posição que lhe foi confiada.

Só que existe uma pequena cláusula: ele só vai assumir quando o seu antecessor não mais existir ou abdicar do seu cargo. Logo, só na ausência da Rainha Elizabeth II é que isso vai acontecer.

Pois bem... a Rainha está no trono há exatos 56 anos e, até agora, nenhum sinal de que ela vá abandonar o posto ou que sua saúde leve-a para outro plano espiritual.

Da mesma forma, muitos profissionais pensam suas carreiras.

Dedicam-se exclusivamente a um cargo, estudam e se preparam para alcançar aquele posto e não conseguem, porque a pessoa que hoje o ocupa não demonstra que vá sair ou que uma nova oportunidade vá aparecer.

Outros, por heraça genética, decidem seguir uma carreira porque seus pais assim o fizeram. E as vezes descobrem-se fora de contexto, trabalhando em algo que não é sua verdadeira vocação, pensando apenas no dinheiro ou no status... e aparece a frustração e os profissionais incompetentes.

Logo, concluímos que assumir um cargo implica em muito mais do que estar simplesmente preparado; implica em conciliar oportunidade e competência.

E o que fazer quando a oportunidade não aparece, mesmo que a competência já esteja desenvolvida?

O que os profissionais precisam entender é que o universo é um pouco maior do que as paredes que hoje o empregam. Existe sempre uma oportunidade em outro lugar, em outra empresa, em outro cenário que ele não imaginava.

Para tanto, um pouco de coragem é sempre bem vinda, traduzir em ação aquilo que era apenas planejamento e, principalmente, vontade de crescer.

O Príncipe Charles, mesmo que nunca assuma o trono da Inglaterra, goza de privilégios (benefícios) que nenhum funcionário possui em qualquer empresa. Para ele não é o pior dos castigos ficar esperando pelo posto que nunca virá. Ele tem suas atividades paralelas e suas funções complementares, que o deixam bem ocupado independentes do cargo.

Mas a maioria de nós não possui tal privilégio. Ou você se mexe ou então o seu espaço vai ficando cada vez mais diminuto, dependente ou monótono. Aí chega uma política nova dentro da empresa ou a idade passa do limite interessante para o mercado de trabalho e você se descobre ultrapassado e se obriga a qualquer atividade apenas para garantir a renda.

A coragem reside exatamente nesta reflexão, de se pensar o que você está fazendo por sua vida e mudar, porque as chances não aparecem, elas são criadas.

Nenhum comentário: