domingo, 12 de julho de 2009

Cinqüenta Anos de Customização

Enquanto escrevia este artigo, o Robertão cantava lá na TV em comemoração aos seus cinqüenta anos de carreira e, analisando um pouco o show, foi possível entender o porquê de tanto sucesso e tantos admiradores.

A partir da década de oitenta e mais intensamente na década de noventa, o mercado defendeu uma nova ordem para os negócios: atender o consumidor de acordo com suas expectativas e anseios e não mais desenvolver um produto e sujeitar o consumidor somente àquele modelo.

Com isso, novas linhas de produtos foram desenvolvidas, cada vez mais de acordo com as necessidades dos consumidores, chegando ao ponto de que, hoje, podemos comprar um produto personalizado, customizado, quase que exclusivo, de acordo com aquilo que a gente quer ou pode pagar.

Basta olhar a indústria automobilística. O carro que você tem na garagem possui exatamente os opcionais que você desejou ou pode comprar. A motorização possui variáveis potências e os opcionais então, uma infinidade deles.

Isso significa atender nichos de mercado. Aquela pequena parcela de consumidores que querem especificamente aquele serviço ou produto.

O advento do nicho de mercado trouxe empresas e produtos para um lugar muito mais próximo do cliente. Hoje, é possível encontrar o mesmo produto em pesos, tamanhos, sabores e embalagens customizadas, de acordo com cada segmento de mercado.

Famílias grandes consomem, provavelmente, refrigerantes de mais de dois litros, famílias menores, de um litro e meio. Se pensarmos que existem pessoas que moram sozinhas ou que não tem o hábito de consumir refrigerantes, uma embalagem de 600ml ou mesmo uma latinha deve atender às suas necessidades.

E o que tudo isso tem a ver com o Roberto Carlos?

Se analisarmos suas músicas, veremos que ele trabalha o conceito de nichos de mercado a muito tempo, antes mesmo de isso ser um diferencial de marketing ou uma estratégia de posicionamento de mercado.

Existem músicas para pais, mães, amigos, amores, mulheres mais velhas, baixinhas, gordinhas, caminhoneiros, de cunho religioso ou mesmo de questões ecológicas.

Ou seja, num determinado momento ou outro, cada grupo vai encontrar a música que se assemelha às suas expectativas. E passa a admirar o cantor, comprar seus álbuns, aumentar a lista de “consumidores satisfeitos”, pois sabem que existe alguém que pensou exatamente em seus anseios.

Mercado é isso. A conjunção entre oferta e procura, não como uma atividade mecânica, mas como a compreensão e a satisfação das expectativas.

Deve ser por isso que ele é chamado de rei.

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