quarta-feira, 8 de julho de 2009

Promovendo um Produto

Para muitos, a morte de Michael Jackson foi motivo de tristeza, afinal de contas, não faltavam fãs espalhados pelo mundo todo, como pode ser durante duas semanas (no mínimo) através de extensa cobertura da mídia.

Para mim, foi apenas uma oportunidade de analisar o conceito da promoção e suas variâncias.

Desde que me conheço por gente, a figura dele sempre esteve na mídia, quer fosse enquanto membro de um grupo ou a partir de sua carreira solo.

Se considerarmos apenas o produto, percebemos que as estratégias de promoção sempre utilizaram os canais de comunicação como os principais potencializadores desta marca: às vezes, através de números impressionantes da vendagem de discos (indicador de sucesso), às vezes, através de escândalos e excentricidades comuns a figura dele (manutenção da marca junto ao público consumidor).

Ao se indicar o sucesso, a idéia era potencializar o ciclo de vida daquele produto (o álbum ou o show). Com isso, aproveitava-se de um momento favorável, de grande aceitação popular e massificava a divulgação através de clips, músicas em rádios, lista dos mais vendidos e toda sorte de fomentadores de opinião. Os ventos eram favoráveis, então, o melhor era aproveitar para se navegar o mais longe e duradouro possível.

Ao se veicular os escândalos e as excentricidades, o objetivo era evitar que o produto entrasse no declínio e, com isso, sumisse do mapa e da lembrança (top of mind) do seu público consumidor. A manutenção também é essencial para o sucesso de uma marca. Se assim não fosse, grandes marcas comuns ao nosso imaginário, não precisariam mais de comerciais, planos de marketing e outros instrumentos de comunicação.

Com isso, a parábola do Ciclo de Vida de um produto (Introdução, Crescimento, Maturidade e Declínio) fica cada vez mais alongada entre o crescimento e a maturidade.

Eu sei que existem críticos ao modelo americano, sua política ou seus costumes. Mas é inegável que eles são especialistas em promover um produto. São especialistas em eventos que valorizam estes produtos.

Quem já acompanhou uma final de Super Bowl (futebol americano) ou dos playoffs da NBA (basquete) sabe bem o que é valorizar cada segundo de um evento, maximizando cada um dos produtos ali envolvidos.

O funeral do cantor não foi diferente. Inclusive foi realizado no Staples Center (sede do Los Angeles Lakers). Muito mais do que um “velório”, ali foi a síntese dos aspectos promocionais de uma campanha, mesmo que seja por um motivo funesto, lúgubre ou triste.

Aliás, estes elementos também são eficientes durante a promoção. Às vezes se conquista pelo encanto, outras vezes pela tristeza e pela dor. O importante é que a marca fique registrada. E eu não tenho dúvidas do efeito que a promoção desta vez tenha atingido o seu ápice.

Os números nos mostrarão no futuro.

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