domingo, 16 de maio de 2010

Além das Molduras

Havia um professor meu que sempre nos pedia para imaginar como seria um quadro se não tivesse a moldura. Sempre nos perguntava como aquela pintura continuaria se o artista resolvesse continuar sua obra.

Não era um exercício fácil; a gente ficava imaginando o que haveria além dos limites que Monet nos mostrava ou mesmo além das cenas retratadas por Bottero. E a imaginação ganhava asas e nos víamos complementando uma obra. Era divertido.

Hoje em dia, percebo que as empresas têm feito o mesmo exercício com seus funcionários, ao pedirem para que eles sejam inovadores, que quebrem paradigmas e que pensem em novas possibilidades para o rumo de seus negócios.

A zona de conforto é algo perigoso. É fácil se acostumar com o que “funciona” e difícil de pensar em mudanças.

Basta pensarmos em todas as vezes que uma nova cultura, um novo sistema ou uma nova política é implantada na empresa. Encontramos muita resistência, às vezes algumas pequenas sabotagens e muito corpo-mole, para dificultar a mudança.

O que seria da borboleta se esta não abrisse mão de sua condição de lagarta? Ou o que seria da árvore se esta insistisse em continuar semente?

Certamente o mundo seria um lugar menos interessante e bonito de se contemplar.

Inovação é uma das palavras de ordem no momento. Ao inovar, a gente se permite novas possibilidades, novas formas de administrar e gerenciar. É pensar naquilo que ainda não foi tentado.

Quebrar paradigmas, uma frase mal empregada algumas vezes, é sinônimo deste mesmo pensamento. Ao questionar uma verdade absoluta e pensar em formas renovadas de administração, a humanidade evoluiu, a ciência progrediu e as relações humanas foram modificadas.

Se não ousássemos pensar além da moldura, talvez estivéssemos ainda na idade da pedra, os automóveis seriam apenas ficção e você, sequer, estaria lendo esta coluna.

Por sorte, alguém arriscou e pagou o preço da tentativa. Nem sempre obteve sucesso, mas sempre expandiu seu raciocínio... e isso é o que importa!

Espero que seus quadros não terminem nas molduras e que você visualize a pintura de maneira completa, nova e transformadora.

Um comentário:

Gislene disse...

Nossa !!! Muito bom esse artigo, creio que tudo isso que você escreveu, não deva ser levado apenas nas empresas, mas na vida !

Essa frase :""A zona de conforto é algo perigoso. É fácil se acostumar com o que “funciona” e difícil de pensar em mudanças."" , ela é muito reflexiva para a vida !

Como sempre, mais uma vez parabéns !!