domingo, 4 de janeiro de 2009

A Diferença Entre Opcionais e Diferenciais

A gente bem sabe o quanto o mercado está exigente e seletivo, basta você abrir os classificados de emprego no final de semana que vai entender a distância entre você e o mercado de trabalho.

Mas, basicamente, as exigências são parecidas:
* Fluência em dois idiomas (inglês e espanhol já são quase itens obrigatórios, tá?)
* Proativo (uma espécie de chato que tenta consertar os problemas antes de acontecerem)
* Comunicação Interpessoal (conversar com todo mundo, sem que isso seja fofoca)
* Curso Superior (Tempo da faculdade que você bebia e namorava todo mundo, lembra?)
* Especialização (Outra faculdade, só que um pouco mais séria)
* Experiência Internacional (Viagem para a Disney não conta, ok?)
* Informática (Download de filmes e MP3 não são habilidades)
* Experiências Anteriores (Azar o seu se você tem apenas 16 anos)
* Disponibilidade de Horários (Deixe um porta-retratos na sala para a família não te esquecer)

Pronto!

Preenchidas todas as exigências acima, você já pode se candidatar para uma vaga... talvez para vendedor ou assistente administrativo.

E não estou desmerecendo quem assim trabalha. O que eu quero que você compreenda é que o mercado está exigindo tudo isso (e mais um pouco) para vagas que pareciam simples há 10 ou 15 anos atrás.

Tudo isso é equivalente a se comprar um carro... motor flex, air-bag, freio ABS, sensor de estacionamento e chuva, Ar condicionado inteligente, GPS, DVD player com entrada USB... e mais uma infinidade de brinquedinhos interessantes....

Provavelmente, você não utilizará todos os opcionais do carro ao mesmo instante, alguns você só utilizará em casos de emergência (e espero que nunca os utilize), outros farão parte da sua rotina que você nem se lembrará deles.

Mas e se você precisar e o produto não estiver lá?
Já imaginou uma colisão sem o air bag? Ou a necessidade de uma freada brusca? Aquela viagem para Cuiabá sem ar condicionado? Ou se perder pela cidade de São Paulo?
Com qualquer um dos “brinquedinhos” acima, você nem vai perceber estas situações de stress.

Com a carreira é a mesma coisa.
Talvez o emprego ou a função que agora você ocupa não peça metade das suas qualificações, mas, e se precisar? Você vai estar pronto? E se aparecer uma oportunidade que você sempre sonhou? Será que você estará a frente dos demais?

A idéia é essa mesmo... Que a gente deixe de olhar estas coisas como opcionais e as transforme em itens de série, em diferenciais.

Qualificações são diferenciais.

Um comentário:

Fábio | Nervouz disse...

HAUhauahuA Jão, o texto é ótimo velho, mas o "Proativo" me fez engasgar de tanto rir... é que ele lembra a mim mesmo, analista é foda. Mas voltando ao principal, só faltou você lembrar um fato que me irrita desde sempre, quando penso em "emprego". As experiências mínimas, eles geralmente exigem uma bagagem enorme, de 2 a 5 anos, para as vagas "iniciantes" ou seja, trainee ou júnior. É óbvio que o idiota que editou as "exigências", e o imbecil que solicitou, não se comunicam, ou são loucos mesmo né?!? Isto me fez lembrar uma história, quando decidi desistir de procurar emprego e abrir minha primeira empresa de informática, na casa de meus pais, há milênios atrás. Fui em uma entrevista, aguardei por mais de hora até que me chamaram, as exigências de experiência era de uns 2 anos comprovados, tinha que ter conhecimentos de inglês avançado, programar em umas 3 ou 4 linguagens de computador totalmente distintas, conhecer um porre de banco de dados da época, e de quebra administrá-los. Tudo isso para ganhar um salário de estagiário. Me senti tão "constrangido" com a situação, que decidi naquele momento me tornar "profissional liberal", e só voltei a procurar emprego novamente na altura de 2003. Qualificações são necessárias, mas algumas exigências, não... e isto, os recrutadores não sabem administrar e quem deveria, não faz o dever de casa. Para ver a discrepância, basta olhar os cadernos de empregos e analisar as "oportunidades". O mercado também precisa "evoluir"...