segunda-feira, 14 de março de 2011

Os Salários e o Futebol

É comum ouvirmos algumas cifras que os jogadores de futebol recebem em seus clubes e ficamos espantados com os milhares de dólares que, mensalmente, estes recebem.

Antes da crítica, analisar esta realidade é uma boa oportunidade para entendermos um pouco das políticas de cargos e salários.

Existe um mínimo que toda profissão deve receber, este mínimo varia conforme algumas situações: grau de qualificação, experiência prévia, habilidades e o quanto o mercado procura um profissional específico.

As alterações salariais acompanham outras variáveis: promoções, méritos, renovação contratual, transferências e reclassificação (quando o cargo recebe novas atividades, aumento das exigências e mercado aquecido).

Elementos como espírito de equipe, efetividade, liderança, disciplina, comunicação, responsabilidade, identificação com as normas e culturas da empresa e tantos outros fatores são critérios mensuráveis no momento de um reajuste.

Por fim, outro fator que não podemos desconsiderar é a política salarial praticado pelo mercado. Nenhum funcionário permanecerá numa empresa por muito tempo se ele souber que esta vem praticando uma política salarial bem abaixo do mercado.

Mesmo que não seja o melhor de todos os funcionários, ninguém fica muito tempo recebendo um salário irrisório quando a prática de outras organizações é pagar valores acima daqueles que estes recebem.

No futebol, embora possa parecer discrepante, a idéia é exatamente a mesma.

Se um time grande do eixo Rio - São Paulo tem uma prática salarial definida, isso obrigatoriamente acaba inflacionando todo o mercado e qualquer jogador sabe que se ele possuir as características desejadas, mais cedo ou mais tarde uma oportunidade financeira melhor vai aparecer.

Se olharmos para a Europa, Ásia ou Oriente Médio, vamos perceber que as práticas salariais para jogadores também são altas. Logo, o desejo de jogar “num time do exterior” acaba permeando estes jogadores e uma transferência internacional é sempre almejada.

Claro que se compararmos nossas realidades com a do universo futebolístico, vamos ver um abismo entre as duas realidades. A gente recebe por aquilo que nos torna únicos, não por aquilo que sabemos (e que tantos outros sabem também).

Quantas pessoas possuem a habilidade de executar a mesma coisa que um Rooney, Ganso, Cristiano Ronaldo ou Neymar? Por isso são valorizados ao extremo.

Qual o nosso desafio? Buscar a excelência naquilo que fazemos e sermos “craques” naquilo que nos foi confiado. A chance de uma nova proposta se torna muito mais real.

 

2 comentários:

Gislene disse...

Que saudades das suas aulas...
Aprendi tanto... e a cada vez que leio um post seu, aprendo mais !

Obrigada !
Beijos

Nelson Sakaguti disse...

Gostei muito do seu post. Muitas pessoas comparam salários de outros profissionais, como professores e médicos com os salários de esportistas, mas se esquecem que um craque só se torna um craque com muito empenho e sacrifício pessoal e familiar. No Brasil, infelizmente, ainda há muito preconceito com relação ao esporte, praticado por "pretos e pobres".