domingo, 10 de julho de 2011

Separando a Briga

Lembro-me quando era criança que, na saída da escola, era comum assistirmos a alguma briguinha entre colegas, que por algum motivo bobo (futebol, figurinhas, namoradas, etc.) acabava se resolvendo nos tapas.

O mais curioso de tudo isso é que, no meio da briga, sempre aparecia alguém para separar os briguentos. A gente até ficava com raiva desse chato, pois queria ver a molecada se atarracar e trocar uns tapas para ver quem brigava melhor.

Mais curioso ainda, foi perceber que o separador de conflitos cresceu e começou a usar esta habilidade dentro da empresa, desenvolvendo uma competência muito valorizada no ambiente organizacional hoje em dia.

Estou falando da Gestão de Conflitos, ou seja, da capacidade que uma organização tem em resolver problemas conflitantes, dentro de uma abordagem técnica e racional, garantindo que não exista continuidade destes entreveros.

Existem vários níveis de conflito, como definidos por Festinger (1975), classificados como: Intrapessoal (aquele que a pessoa tem consigo mesma), Interpessoal (quando o problema é outra pessoa), Organizacional (entre empresas) e Social (entre sociedades e grupos).

O maior problema de um conflito é a forma como se busca resolver o problema. Quantas vezes não somos surpreendidos por ações bélicas para resolver um problema e estas podem ocorrer em qualquer um dos tipos acima descritos.

A maturidade de uma pessoa e de uma organização, neste caso, é pensar em como resolver algo sem se chegar às vias de fato.

Uma abordagem franca, com todos os interlocutores envolvidos, a exposição dos pontos positivos e negativos de cada uma das partes, um árduo processo de negociação, com todas as suas nuances, concessões e aberturas possíveis é um caminho adulto para se resolver uma pendência.

E sabe quem pode fazer este serviço? Alguém que tenha as mesmas características daquele amiguinho que separava as brigas no colégio. Ele conseguia ver as coisas sem emoção, distante do calor da discussão e trazia os briguentos à realidade, mostrando o ridículo que estavam se expondo, falando das punições que poderiam vir e das conseqüências de seus atos.

Com habilidade, aquele amiguinho conseguia acalmar os ânimos e fazer as coisas voltarem a normalidade.

Se sua empresa está com algum problema, talvez o espírito daquele amigo de infância possa ser um aliado poderoso nesta hora.

Até a próxima!

 

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