domingo, 19 de abril de 2009

As Lições da Fórmula Um

Acho que não é mais segredo para ninguém e um discurso comum nos treinamentos, sobre a necessidade de inovação, das tendências de mercado, da adaptabilidade e tantos outros termos que sempre aparecem nestes encontros.

O interessante é perceber, agora, como um esporte pode ensinar tanto, com tanta facilidade e sem que você precise gastar um centavo para ouvir, ver e comprovar.

Como todo começo de temporada da Fórmula 1, lá vou eu para meu sofá, com refrigerante e pizza gelada assistir a mais uma etapa do campeonato. As primeiras corridas são sempre as mais difíceis, afinal de contas, resolvem fazer provas do outro lado do mundo e, para atender aos interesses de transmissão ingleses especialmente, colocam corridas as 03h00 ou 04h00 da madrugada.

Tudo bem! Nada que um despertador não consiga quebrar o galho e ajudar na deliciosa tarefa de acompanhar as escuderias e seus pilotos na disputa pelo campeonato.

Se olharmos para quatro meses atrás, quem eram os favoritos? Quais equipes representavam o que de mais moderno existia em termos de tecnologia automotiva? A resposta era tão fácil, que até minha filha de 06 anos saberia responder: McLaren e Ferrari. Alguma novidade em relação aos últimos anos?

Mas... passaram-se quatro meses... E toda a supremacia de anos foi por água abaixo.

Qual o segredo? Qual a palavrinha mágica?

Inovação e a capacidade de adaptar-se às novas tendências.

Uma modificação aqui... um difusor ali... uma regrinha nova... e pronto! O estrago está feito e o grandão ficou ridículo... o campeão ficou esquecido... e os pequenos se rebelaram! Basta olhar a classificação de pilotos e equipes. Quem está na frente? Quais são os maiores pontuadores do momento?

Essa pseudo-revolução do proletariado, essa insurgência dos nanicos foi garantida graças a capacidade de adaptação que as pequenas equipes conseguiram. Eu não duvido que as “grandes” darão a resposta em pouco tempo, mas correr atrás do prejuízo é sempre mais caro e mais complicado. O seu concorrente continua lá na frente, esbanjando saúde e administrando os lucros que poderiam ser seus.

As grandes indústrias de refrigerantes sentiram isso alguns anos atrás, quando as marcas regionais (as nanicas) abocanharam uma parcela significativa de mercado, com seus refrigerantes baratos e distribuição em todos os pontos de consumo local. As grandes não perderam para uma ou outra marca... mas apanharam de todas as pequenas marcas regionalmente.... isso sim é uma revolução das massas! Nem Marx imaginou tanto...

E o mesmo vai acontecer com sua empresa se você continuar achando que o que está sendo feito é bom e não precisa de evolução constante.

Agora, resta-nos esperar as próximas provas e comprovar se foi apenas um cavalo paraguaio que saiu correndo à frente dos demais ou se estamos vivenciando uma nova era tecnológica. De qualquer forma, a lição já foi dada, o estrago já está feito e a corrida atrás do prejuízo está muito engraçada.

Ainda bem que a próxima corrida é as 09h00... meu sono agradece!

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